Nova Secom do Planalto deve ter mais profissionais da iniciativa privada em postos-chave

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Estadão

O publicitário Sidônio Palmeira, que assumirá a Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência da República no lugar de Paulo Pimenta, deverá trazer consigo profissionais com histórico na iniciativa privada para colocar em cargos-chave. Hoje, muitos dos secretários vêm do meio político.

O marqueteiro deverá ter “carta branca” na pasta e uma das exigências para assumir o posto foi ter autonomia para escolher sua equipe. Aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva têm dito que o secretário de Imprensa, José Chrispiniano, por exemplo, deverá ser substituído, apesar da proximidade com o petista.

A atual equipe do ministério tem também Ricardo Stuckert (secretário de Produção e Divulgação de Conteúdo Audiovisual), outro que é próximo a Lula, além de pessoas ligadas à primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, como Brunna Rosa (secretária de Estratégias Digitais e Redes), e a Pimenta, como Ricardo Zamora (secretário-executivo) e Fabrício Lazzarini Carbonel (secretário de Publicidade e Patrocínios).

Dos nomes citados, só quem estaria seguro no cargo é Stuckert – fotógrafo do presidente da República desde o primeiro governo.

A mudança no comando da pasta poderá sair nos próximos dias – Sidônio e Pimenta se reuniram nesta segunda-feira, 6, no Planalto – ou ficar para junto com a reforma ministerial que deverá ser realizada depois das eleições para as presidências da Câmara e do Senado, marcadas no começo de fevereiro. O presidente da República ainda não teria dado um sinal claro sobre o futuro do atual ministro.

O entorno de Lula acha possível que Pimenta seja remanejado para outra pasta ou que ele se torne líder do governo na Câmara – posto hoje ocupado por José Guimarães (PT-CE).

Contudo, a ida de Pimenta para a liderança do governo na Câmara enfrenta resistência e ceticismo no próprio PT. Se houver mudança na articulação do Palácio do Planalto na Casa, uma ala da sigla prefere que um deputado do Centrão assuma o posto.

A demissão de Paulo Pimenta ou a ser dada como certa em 6 de dezembro do ano ado. Naquele dia, Lula reclamou publicamente da comunicação do governo durante o seminário do PT, realizado em Brasília. Também afirmou que seria obrigado a fazer “as correções necessárias”. O chefe do governo avalia que sua gestão tem feito grande quantidade de entregas em obras e programas sociais, mas que isso não está sendo devidamente comunicado à população.

Paralelamente à troca na Secom, o governo também se prepara para fazer mudanças mais amplas em seus ministérios. Lula deverá repactuar sua relação com os partidos que o apoiam no Congresso, e os cargos no primeiro escalão do Executivo estão nessa conta. As alteração servirão, inclusive, para organizar o campo lulista para as eleições de 2026.