Nove em cada 10 juízes ganham mais que ministros do Supremo

Uol

Nove em cada 10 juízes no Brasil ganharam mais do que os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) em 2024, aponta levantamento do portal Uol. De acordo com a lei, nenhum servidor público deveria receber mais do que eles, inclusive o presidente da República. Segundo os dados, 36 mil funcionários da elite do serviço público receberam os chamados “supersalários”.

Supersalário é o nome informal dado à combinação entre o salário fixo do servidor — que no funcionalismo público é chamado de subsídio — e o pagamento de benefícios adicionais, ou “penduricalhos”, que resultam em ganhos mensais líquidos maiores que os dos ministros do Supremo.

Os gastos com esses excedentes já chegam a R$ 13 bilhões por ano. Entre os servidores nessa situação, 22 mil são juízes e desembargadores. Outros 5,5 mil são integrantes do Ministério Público, número que pode dobrar quando todas as bases de dados dos MPs de 2024 estiverem disponíveis.

No judiciário mineiro, o cenário não é diferente. No mês ado, dos 1.563 magistrados da ativa do Tribunal, 741 ganharam acima de R$ 200 mil em valores líquidos, já descontados os impostos e contribuições previstas em lei. Outros 67 juízes e desembargadores ganharam, no mesmo mês, mais de R$ 100 mil. O levantamento foi feito pelo jornal Estado de Minas, do Grupo Diários Associados, com base em dados do Portal da Transparência do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG).

É o caso do maior salário pago a um magistrado nesse mês, que chegou a R$ 240,4 mil. Mas ele não foi o maior vencimento deste período. Onze servidores também ganharam acima de R$ 200 mil líquido. Um deles recebeu o maior vencimento do mês (R$ 277,2 mil), superando até mesmo os salários pagos aos juízes e desembargadores.