Por Igor Maciel/JC
O dilema de Marília Arraes (PT) não é fácil de resolver. Mais uma vez surgem especulações sobre ela ser candidata ao Senado fora do PT, talvez numa chapa com Raquel Lyra (PSDB).
O ambiente leva a isso.
Depois de contrariar a executiva nacional do PT quando se candidatou para a mesa diretora da Câmara, a sustentação ficou difícil internamente.
O problema, na época, foi que ela tomou a frente de um parlamentar de Sergipe que tem fortes ligações com o MST e que Lula esperava aproximar mais para a eleição.
A candidatura avulsa da pernambucana, que venceu o colega de partido, teria atrapalhado toda a maquinação de Lula, Gleisi Hoffmann e cia.
Marília ficou com a segunda-secretaria da Câmara, mas deu motivos para que os inimigos no PT de Pernambuco dissessem a Lula e Gleisi: “eu avisei”.
Em Pernambuco, quem olha friamente para fatos e números pode estranhar ela ainda não ter saído do PT. Marília lidera pesquisas, tem boa largada para o Senado e para o governo.
Por que fica lá aguentando Humberto Costa (PT)?
Há duas questões, uma de fundo estratégico e outra de fundo histórico.
A estratégia impõe que basta um movimento errado para que o castelo desmorone. Até que ponto Marília lidera pesquisas por estar no PT, ao lado de Lula?
Se sair e for criticada por ele, continuará tendo a mesma margem de intenção de votos?
É um dos componentes desse dilema.
Já a questão histórica diz respeito aos movimentos que a deputada já fez, apesar de ser tão jovem.
Marília foi “cortada” no PSB, pelo próprio primo Eduardo Campos. Buscou refúgio no PT e declarou guerra ao ex-partido.
Mais uma vez, agora, começa a ser cortada no PT.
Vai sair de novo e repetir o roteiro?
Quando todo mundo cria algum problema com você, até que ponto o problema é o mundo e não você?