PANDEMIA – Por que não seguirmos os bons exemplos?
Por Danizete Siqueira de Lima
Desde meados de fevereiro, ser morador da cidade de Serrana, no interior paulista, virou sinônimo de sorte. O município da região de Ribeirão Preto, com uma população estimada pelo IBGE em 45 mil habitantes, foi o escolhido para receber o chamado Projeto S, estudo clínico inédito no mundo para a vacinação em massa contra a Covid-19.
O estudo em tela foi promovido pelo Instituto Butantan, para testar a eficácia da CoronaVac, vacinando 28.380 habitantes acima de 18 anos, que corresponde a 63% da população. Conforme divulgado pela imprensa em editorial recente, mais da metade da população será imunizada até o final do mês e a prefeitura já se preocupa com o aumento nas denúncias de festas e aglomerações.
O processo de vacinação dividiu os contemplados em quatro subgrupos. Desses, três já completaram a primeira dose, o que corresponde a 19 mil pessoas (67% da população-alvo atingida). A turma restante, que começou a imunização na última quarta feira (10/03), estava prevista para completar a sua participação no primeiro ciclo, no último domingo e, já no dia de hoje (17), teria início a aplicação da segunda dose para esses primeiros voluntários do projeto.
Na cidade, diz o prefeito Léo Capitelli (MDB), o clima já é de otimismo, autoestima e esperança – para o bem e para o mal. Ainda que ninguém por lá possa ostentar anticorpos com segurança científica, uma vez que é necessário esperar a segunda dose para o desenvolvimento completo deles após cerca de, no mínimo, duas semanas, já há quem confie e abuse, embora continue a orientação para o uso de máscara e adoção dos demais cuidados mesmo entre os participantes do projeto.
Também ou a preocupar a istração do município o aumento no número de denúncias de festas em chácaras que, segundo o prefeito, são coibidas pela vigilância sanitária. Normalmente são encontros noturnos de amigos (nas propriedades). A fiscalização tem atuado com mais intensidade nos últimos finais de semana, mas a gente sabe que não consegue fechar o cerco a todas as áreas onde são cometidos os abusos.
Com rígidas orientações, a equipe da Secretaria de Saúde adverte: A pessoa às vezes toma a vacina e acha que está imunizada, mas é preciso ter um pouco de paciência. Nós estamos com uma oportunidade única, que qualquer cidade do mundo gostaria de ter, então temos que aguardar e depois seguir as orientações para uma retomada gradual – avalia.
Caríssimos leitores: vejam um belo exemplo istrativo que pode e deve ser copiado por outras cidades brasileiras numa clara demonstração de que, apesar das dificuldades, quando se quer fazer algo de bom basta arregaçarmos as mangas e virarmos as costas para as dificuldades que possam surgir no meio do caminho. Parabéns para o Butantan pela excelente ideia. Parabéns ao prefeito de Serrana, Léo Capitelli e sua equipe de vigilância sanitária por encamparem o projeto que, com certeza, irá salvar muitas vidas e servir de modelo para outras istrações, no combate desse terrível mal que tem tirado o sossego de toda população brasileira e do restante do mundo.
(*) Durante as férias do colaborador Danizete Siqueira de Lima estamos reeditando suas crônicas de anos anteriores. Esta foi publicada em 17 de março de 2021, e encontra-se como que se fosse atual.