PERNINHA EM NOVA VERSÃO

A “farra do boi” em plena pandemia

Por Danizete Siqueira de Lima

O corona vírus acaba de completar um ano de vida e continua fazendo vítimas por onde a, mesmo com alguns milhões de doses de vacinas que já foram disponibilizadas para a população terráquea. Em maior ou menor proporção a maioria dos países iniciou o processo de vacinação dos seus habitantes, começando pelos mais velhos e seguindo um calendário que define as faixas etárias em ordem decrescente, além daqueles profissionais de saúde e segurança que, no dia a dia, lidam com pessoas infectadas.

Os Estados Unidos, um dos países mais populosos que o Brasil, partiu na frente e já vacinou mais de 15% de sua população; o Brasil, que sempre chega atrasado no quesito eficiência, vacinou em torno de 8 ou 9 % de sua população, o que não deixa de ser um índice muito baixo, haja visto o batalhão de pessoas que temos nas filas de espera.

O quadro que se apresenta em nosso país é de desolação, insegurança e muito medo por conta das variantes que surgem ameaçando ainda mais um processo de recuperação que anda a os de tartaruga, somado a ineficiência do estado e a falta de medidas protetivas que deem segurança à população. O desemprego grassa, a economia não anda, a máquina está emperrada, o país sem rumo e a maioria dos estados adotando um LOCKDOWN total ou parcial que não funcionam; só fazem agravar a situação.

Mas nem tudo está parado. Pelo menos ali em Recife, onde temos uma Câmara de Vereadores muito atuante e que não perde tempo. Neste ano de 2021, por exemplo, a mesma recebeu um orçamento no valor de RS 158.200.000,00 (cento e cinquenta e oito milhões e duzentos mil reais). Esta é a cifra destinada aos 39 parlamentares que custam aos cofres públicos R$ 4.056.000,00 por ano, cada um.

Para se ter uma ideia dos abusos praticados pelos edis recifenses, lembramos que há cerca de 3 anos, na calada da noite, eles aprovaram, por unanimidade, um aumentozinho de 53% no vale refeição, elevando-o de R$ 3.000,00 para R$ 4.595,00, ferindo frontalmente a nossa Constituição, no que se refere aos princípios da transparência, da legalidade e da publicidade.

Fazendo uns cálculos rapidamente e, considerando a média de 22 dias úteis por cada mês, apuramos que cada vereador recifense dispõe de R$ 208,86 diário para custear cada almoço. Aí perguntamos: o que diabos será que eles comem em um estado pobre e que a por tantas dificuldades? Para evidenciar a discrepância com outras classes, tomamos como exemplo a polícia civil e os nossos sofridos professores que recebem mensalmente de vale alimentação R$ 246,00. Ou seja, essas duas categorias, que não tem a menor necessidade de se alimentar bem, tem que se virar com um bandejão ou o famoso PF no valor máximo de RS 11,00, por cada refeição.

Parafraseando Boris Casoy, diremos: ISSO É UMA VERGONHA.

Além desse vale refeição (R$ 4.595,00), os vereadores recebem a título de penduricalho, R$ 4.600,00 para aluguel de gabinete; R$ 2.300,00 para auxílio combustível e R$ 2.100,00 para despesas postais e telefônicas.

Não por acaso uma reportagem do Jornal do Comércio de outubro de 2019 revelou que a Câmara de Vereadores da capital pernambucana era a 6ª mais cara do País. E alguém ainda ousa perguntar: o que faz um vereador em Recife? Nem eles saberão responder pois a nossa querida Veneza Brasileira há muito está entregue as baratas e aos ratos políticos e deve continuar por um bom tempo. Que o diga o bebê João Campos, que está à frente do município enquanto durar o reinado da família imperial.

(*) Durante as férias de Danizete Siqueira de Lima estamos reeditando crônicas de anos anteriores.