PERNINHA EM NOVA VERSÃO

Mudanças na Petrobras são bem vistas pelo mercado financeiro

Por Danizete Siqueira de Lima

Ainda não deu para avaliarmos a reação dos consumidores brasileiros mas, segundo matéria veiculada pelo jornal O Estado de São Paulo, na última sexta feira 08 do corrente, as indicações de José Mauro Coelho para a presidência e de Márcio Weber para o conselho de istração da estatal Petrobras foram muito bem recebidas pelo mercado financeiro, pelo que se percebe até o presente momento.

Na avaliação de especialistas os nomes foram escolhidos obedecendo a critérios técnicos que deixaram os acionistas aliviados principalmente, em um ano de eleições majoritárias onde o atual presidente deseja renovar o seu mandato por mais 4 anos. Pelo que se sabe tanto o novo presidente José Mauro Coelho, ex-secretário do Ministério das Minas e Energia, como o conselheiro Márcio Weber, ex-diretor da Petroserv, são executivos alinhados com o governo e defensores da atual política de preços exercida pela estatal.

Na opinião de Paulo Guedes a Petrobras não pode virar ferramenta de politização e, sempre que o assunto vem à tona, sugere a sua desestatização. Aliás, é bom que se diga que esse ministrozinho, que se julga o Posto Ipiranga do atual governo, adora privatizar seja o que for.

Na Bolsa de Valores, tanto os papéis preferenciais quanto os ordinários subiram mais de 5%, confirmando a aprovação dos novos nomes, que terão de ar pela Assembleia-Geral Ordinária da estatal nesta quarta-feira (13). Além de técnicos e conhecedores do setor de petróleo e gás, a percepção é de que os escolhidos não terão tempo de alterar as regras do jogo, ou seja, a política de preços dos combustíveis da companhia, de paridade com o preço de importação (PPI), e que se tornou a maior dor de cabeça para a reeleição do presidente Jair Messias Bolsonaro.

Segundo Gabriel Brasil, analista de riscos políticos do escritório Cone-Sul da consultoria Control Risks, os possíveis nomeados demonstram atender aos requisitos técnicos da Lei das Estatais e também ao estatuto da própria empresa, além da experiência no setor.

Até aqui não foi possível sentimos nenhuma reação da sociedade. Para isso teremos que aguardar a confirmação dos nomes e homologação pela Assembleia de hoje, para sabermos das reais mudanças que poderão surgir no novo comando da petroleira que sempre foi um orgulho para os brasileiros e, por essa simples razão, não pode – e nem deve – caminhar em um único sentido colocando os acionistas em primeiro plano e esquecendo o seu papel social na condução de uma política de preços menos nociva para os bolsos dos brasileiros que vivem dias de turbulência, com os aumentos frequentes e desenfreados.

A outra leitura que fazemos é a de que a eleição de aproxima, e esses nomes devem perdurar até completar esse ciclo. Ou seja, não vão inventar moda nesta altura do campeonato. O contraponto é que se trata da terceira gestão em apenas um mandato do atual governo, o que não é bom, principalmente numa empresa com o porte da nossa querida Petrobras.