Como a inflação corrói o nosso poder de compra
Por Danizete Siqueira de Lima
Com a Taxa Selic nas alturas e o fantasma da inflação nos rondando, o poder de compra do trabalhador está cada vez menor. Segundo pesquisa/levantamento da Sodexo Benefícios e Incentivos, o vale refeição do nosso trabalhador dura apenas 11 dias (2 dias a menos do que em 2022). Segundo a mesma fonte, antes da pandemia, a duração média do benefício era de 18 dias.
O reflexo dessa realidade está nos juros altos e na famigerada inflação. Como as empresas calculam o pagamento para 22 dias úteis por mês, a pesquisa aponta que metade das refeições tem que ser pagas pelo trabalhador.
Segundo a pesquisa, empresas de todos os portes aumentaram os valores dos benefícios neste ano em relação ao ano ado. Mas o dado mostra que o aumento do valor não tem acompanhado o aumento do custo médio das refeições fora de casa.
Na pesquisa se levou em conta o valor médio de R$ 40,64 por refeição, da Associação Brasileira de Empresas de Benefícios ao Trabalhador (ABBT), feito no meio do ano ado. Um novo levantamento será divulgado em junho deste ano.
Veja, abaixo, as médias nacionais por modalidade:
- Comercial/Prato Feito – R$ 30,59
- Autosserviço/quilo – R$ 35,91
- Executivo – R$ 50,23
- À la carte – R$ 64,83
O aumento do custo das refeições tem levado brasileiros a fazerem escolhas mais baratas e menos saudáveis, como lanches e salgados em substituição às refeições, diz a empresa. Além do almoço, cafés e/ou lanches da manhã e da tarde também fazem parte da rotina de alimentação do trabalhador, o que ajuda a pesar no bolso.
Um levantamento feito pela empresa Ticket no ano ado mostrou que o valor médio gasto em refeições fora de casa cresceu 48,3% nos últimos 11 anos. Em 2013, comer fora custava cerca de R$ 27,40. Em 2023, esse valor ou para a média de R$ 40,64.
Essa questão do Vale refeição é apenas um exemplo das dificuldades encontradas pela classe trabalhadora, que agoniza por dias melhores e, enquanto somos penalizados pela inflação, continua a queda de braço entre o presidente Lula e Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, que vem mantendo a Taxa Básica de juros em 13,75% ao ano, conforme reunião do COPOM na última quarta-feira (22).
O presidente Lula, desde que assumiu o poder, vem criticando a atuação do Banco Central e insistindo para que caia a taxa Selic, contrariando economistas de peso, a exemplo de Henrique Meirelles (seu ex-ministro), Armínio Fraga, Pedro Malan, todos com agem pela pasta da Economia.
Segundo Lula, baixando os juros a inflação vai embora; segundo o Banco Central a taxa de juros só pode cair se a inflação baixar primeiro e, graças a essa política de juros elevados terminamos 2022 com um crescimento do PIB em 2,9%, percentual que superou potências como EUA e China, o gigante asiático.
O que nos preocupa é que o governo está prestes a virar o seu 3º mês e tudo continua como antes. Um ministro da Economia que nada entende do riscado, que fala em um arcabouço fiscal que não convence o mercado e ninguém entende como funciona. O próprio ministro, em suas reuniões, tem dificuldade em explicar como funciona esse arcabouço e tudo se perde no vazio.
O presidente Lula, mais perdido do que cachorro em mudança, insiste na mesma política da ex-presidente Dilma Rousseff: gastar, gastar e gastar, sem qualquer plano de governo, sem uma proposta exequível que possa dar uma reviravolta na economia, gerando emprego e renda para a tão sofrida classe trabalhadora.
Nessa pisada o que vemos é o descontentamento da sociedade (principalmente dos que fizeram o L) e se encontram desapontados com tantos desmandos e incapacidade istrativa de um governo eleito com 60 milhões de votos que não mostrou ainda para que veio.