Planalto resiste a favorito de Lira para sucessão na Câmara, e tensão com a Casa estimula novas candidaturas

Lula e Lira ensaiaram uma aproximação em agosto, com a entrada do Centrão na Esplanada

Apesar de tentar se distanciar da eleição à presidência da Câmara para não tumultuar ainda mais a relação com os parlamentares a um ano da disputa pela Mesa Diretora, o governo tem como objetivo evitar que o líder do União Brasil, Elmar Nascimento (BA), se torne um candidato forte ao posto em 2025. As fricções que dividem o atual presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), e o titular do Palácio do Planalto, Luiz Inácio Lula da Silva, ampliam a indefinição sobre um favorito, cenário que estimula a entrada de postulantes no páreo.

Elmar é aliado de primeira hora de Lira, que tem feito duras críticas ao governo. Um auxiliar de Lula ite, de forma reservada, que, entre os nomes cotados até o momento, Elmar seria o que traria mais problemas, por ter uma forma de atuar semelhante à de Lira.

Ou seja, a relação com a Câmara continuaria a ser marcada por desconfiança e tensão, como ocorre desde o início do terceiro mandato de Lula, em janeiro do ano ado. Também têm se colocado como candidatos Isnaldo Bulhões (MDB-AL), Antonio Brito (PSD-BA) e Marcos Pereira (Republicanos-SP). Correndo por fora, caso os favoritos não ganhem corpo, surgiram os nomes dos líderes do Republicanos, Hugo Motta (PB), e PP, Doutor Luizinho (RJ).

Dos concorrentes, Elmar é o mais próximo de Lira, mesmo com o atual presidente da Câmara afirmando nos últimos tempos que não tem um nome escolhido para a sua sucessão.

Concentração de poder

Um dos trunfos do governo a ser usado para inviabilizar Elmar é o excesso de espaço que o União Brasil teria com a sua eventual eleição, já que o colega de partido Davi Alcolumbre (AP) se consolidou como favorito para a eleição do Senado. O União Brasil, por outro lado, acelerou a articulação.