Por que o preço dos alimentos subiu e o que esperar para os próximos meses

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G1

Pela terceira vez, o grupo de Alimentação e bebidas teve a maior contribuição de alta para os preços medidos pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). O dado de janeiro foi divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

Na média, os preços subiram 0,42%, acumulando 4,51% nos últimos 12 meses. Sozinho, o grupo teve peso de 0,29 ponto percentual no índice geral de janeiro, após alta de 1,38% no mês.

A situação assusta pois os alimentos tiveram grande contribuição para a desinflação no ano ado. Apesar do arranque em novembro e dezembro, foram quatro meses consecutivos de queda, entre junho e setembro. Em 2023, a alta acumulada foi de 1,03%, a segunda menor de todos os nove grupos do IPCA.

Há também o fato de que a alimentação teve altas consideráveis nos anos de pandemia de Covid-19. Em 2022, o grupo subiu 11,64%. Quando se parte de uma base de comparação alta, as quedas também são mais expressivas, e também mais representativas no processo de desinflação.

Assim, o conjunto Alimentação e bebidas foi um dos protagonistas para que o IPCA fechasse o ano de 2023 dentro da meta de inflação estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). E a melhora das expectativas deu tranquilidade ao Banco Central para iniciar o ciclo de queda da taxa básica de juros.

Mas resta a dúvida: a aceleração dos preços dos alimentos pode reverter a tendência e retrair o BC na queda da Selic? Para especialistas a resposta é não — ao menos considerando especificamente a situação dos alimentos.

São dois pontos a considerar:

  • O preço dos alimentos sofre de um efeito sazonal: no verão, alimentos in natura têm queda natural de oferta, o que empurra os preços para cima.
  • O El Niño intensificou as variações climáticas e criou dificuldades de colheita, trazendo um prejuízo extra aos preços.