Nessa sexta-feira (08), foi aberto o prazo para o pleno do STF julgar a decisão do ministro Flávio Dino de anular a eleição antecipada da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa de Pernambuco, para o biênio 2025/2026. O assunto tem até o dia 18 para entrar na pauta e fica a expectativa quanto ao resultado. Entre os próprios deputados estaduais há certeza de que a maioria dos ministros seguirá o voto de Flávio Dino. Caso se confirme, a nova eleição ocorrerá entre 1º de dezembro deste ano e 1º de fevereiro de 2025.
Por conta dessa expectativa negativa, as articulações internas continuam, principalmente, em relação à primeira secretaria. O atual ocupante do cargo, Gustavo Gouveia (SD), é o principal alvo do PP. O partido deseja herdar a vaga com a nova eleição e dois nomes do partido já foram especulados: Kaio Maniçoba e Henrique Queiroz Filho. Os progressistas tentam uma aliança com parlamentares da oposição e haveria um grupo de 31 dispostos a trocar o ocupante do segundo principal cargo da Mesa Diretora.
Gustavo Gouveia vem conversando com os pares e com Álvaro Porto para se manter na função. Ele refuta as críticas de que não vem fazendo um trabalho como primeiro secretário e garante ter a confiança do presidente. Ele também rejeita a acusação de que teria invadido as bases de outros deputados, durante as eleições municipais deste ano.
A situação do presidente Álvaro Porto (PSDB) é confortável e ele tende a superar os 40 votos que recebeu em novembro de 2023. Bancadas e deputados, individualmente, já colocaram publicamente seus apoios, ressaltando o trabalho que ele vem fazendo em defesa do Poder Legislativo. Porto, inclusive, recebeu a garantia da governadora Raquel Lyra (PSDB) de que ele conduzirá o processo.
A antecipação da eleição ocorreu justamente porque a relação entre os dois foi abalada. Nos bastidores, foi colocado que seria melhor garantir logo a recondução de Álvaro. Como em fevereiro de 2023 ele não teve o apoio da governadora para se eleger pela primeira vez, dois anos depois Raquel poderia estar mais fortalecida e um deputado mais ligado a ela poderia assumir a presidência da Alepe. Atualmente, o Governo tem maioria dos votos no plenário.
A eleição antecipada foi considerada irregular pelo ministro Flávio Dino, pois deveria ocorrer entre dezembro de 2024 e fevereiro de 2025. No entanto, a escolha da Mesa foi feita apenas nove meses depois da eleição para o biênio 2022/2023, ainda no início da atual legislatura.
Além de Álvaro Porto e Gustavo Gouveia, a Mesa é composta por Francismar Pontes (PSB) na 1ª vice-presidência; Fabrízio Ferraz (SD) na 2ª vice; Claudiano Martins (PP), na 2ª secretaria; Romero Sales Filho (UB) na 3ª secretaria e Coronel Alberto Feitosa (PL) na 4ª secretaria.