G1
Professores e trabalhadores da rede estadual de educação que deveriam ter recebido a segunda parcela dos precatórios do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (Fundef) têm reclamado que os valores não foram depositados no último dia 25 de agosto, como havia sido divulgado pelo governo do estado.
Professor aposentado, José Joaquim da Silva Filho trabalhou mais de 30 anos ensinando. Sem receber o dinheiro na data prevista, ele foi à Secretaria de Educação de Pernambuco nesta quinta-feira (31) para tentar entender o que aconteceu.
José Joaquim explicou que já estava cadastrado porque recebeu a primeira parcela do recurso no ano ado, com deposito na conta. “No ano ado recebi direto na conta e este ano estamos tendo essa surpresa”, disse José Joaquim.
De acordo com o governo de Pernambuco, por conta de inconsistências encontradas nos valores reados na primeira parcela, paga em 2022, foi necessária a criação de uma plataforma para dar maior transparência ao pagamento da segunda parcela, neste ano.
O problema é que muita gente não recebeu, mesmo tendo feito o cadastro corretamente e com os documentos em dia.
A professora Kelly Coelho ainda aguardava o depósito que deveria ter sido realizado na última sexta (25).
“É um direito que está além da questão de governo e essas burocracias só vêm para dificultar e tirar o ânimo do professor que já batalha e luta todos os dias no chão da escola”, disse a professora, que ainda não tinha descoberto o porquê de o valor não ter sido depositado na data prevista.
“O próprio governo não sabe explicar. Disse que a Caixa Econômica ainda não deu essas explicações à Secretaria de Educação. Nós avaliamos como uma incompetência, falta de organização para istrar a máquina pública”, falou a presidente do Sindicado dos Trabalhadores em Educação do Estado de Pernambuco (Sintepe), Ivete Caetano.
À tarde, o Sintepe foi novamente à secretaria e os portões foram fechados quando os representantes do sindicato chegaram. Houve bate-boca e em seguida a entrada dos sindicalistas foi liberada.
O que diz o governo
O secretário de istração e Finanças da Secretaria de Educação, Gilson Monteiro, explicou que existiam inconsistências nos cadastros.
“A gente identificou pessoas que teriam direito a um recebimento maior e receberam a menor; pessoas que foram cadastradas e por algum erro nesse cadastro inicial receberam indevidamente, não estariam na plataforma. Então, a gente precisou e está fazendo essa apuração pari-o para poder ter o pagamento de forma legítima”, disse Monteiro.
Sobre as pessoas com o cadastro correto e que não receberam os recursos, Gilson Monteiro explicou que a secretaria enviou informações de mais de 48.800 pessoas que deveriam receber os depósitos para o banco e que a instituição financeira reou um relatório com “inconsistências” que estavam sendo resolvidas istrativamente pela Secretaria de Educação.
“Aqueles [cadastros] que foram feitos corretamente, a gente ainda está esperando um relatório do banco para saber se o problema é na transferência bancária, ou qual é o problema entre o banco e as agências que foram informadas pelos beneficiários. Esse ponto específico dos cadastros corretos, a gente está aguardando relatórios específicos por parte da Caixa”, informou.