Quanto custa aos cofres públicos às viagens de um governante para pedir votos pra seus candidatos?

Por Pedro Araújo

“Le Brésil n’ont è pas un pays sérieux”. Essa frase foi atribuída equivocadamente ao ex-presidente francês Charles de Gaulle, mas que nunca foi dita pelo general. Essa frase foi do embaixador Carlos Alves de Souza, que atuou representando o Brasil no exterior até os anos 1960. O embaixador pode até não ter o nome muito conhecido no país, mas é dele a autoria de uma das frases mais reconhecidas e repetidas por milhões de brasileiros: “O Brasil não é um país sério”.

Se a frase foi citada em idos de 1960, ela continua muito mais apropriada nos dias atuais, tendo em vista o que fazem os seus políticos com a chamada “farra com o dinheiro público”. A palavra ‘política’ no Brasil de hoje, é sinônimo de falcatruas, roubalheiras, trabalho em causa própria e por aí vai; cai bem na carapuça daqueles que sobem num palanque a cada quatro anos para prometer e repetir os mesmos discursos das eleições adas. Estamos em ano eleitoral para eleger os majoritários no âmbito federal e nos estados, além do Senado e das câmaras federal e estadual. E aqueles que duvidarem, peguem um gravador e gravem quantas vezes se repetirão nessas eleições as palavras: trabalho, saúde, educação, mais estradas, hospitais etc…etc. Preparem também uma calculadora.

A pergunta é: após os quatro anos dos mandatos que outorgamos aos eleitos, o que foi feito do que fora prometido há quatro anos na sua região? Nada ou quase nada. Muitas obras iniciadas ainda estão inacabadas ou paradas, por simples má vontade política, ou porque a licitação foi entregue a mal feitores, que são empresas de fundo de quintal, sem condições nenhuma de construir sequer uma casa de João de Barro. As desculpas? Ah… as desculpas serão sempre as licitações, aquelas que foram mal feitas ou as que estão ainda por fazer.

Agora, quanto custa aos bolsos dos contribuintes, sempre eles, uma visita a uma região ou cidade de um presidente da República ou de um governador para pedir votos ou simplesmente apresentar seus candidatos aos eleitores (sim os pobres iludidos)? Os governantes nem imaginam o que dói nos bolsos dos que realmente pagam pelos seus deslocamentos.

Presente na última sexta-feira, quando da visita do governador Paulo Câmara a Afogados da Ingazeira, mesmo já tendo observado em visitas anteriores, é que se pode constatar a aberração com a quantidade de seguranças, que não deixam de ser oficiais e policiais militares já pagos pelo próprio governo, e a quantidade de assessores, que além destes, a tiracolo vem mais dois ou três outros que assessoram os primeiros  (não se sabe para fazer o quê). Uma carreata, diga-se, em carrões de luxo, que chama atenção, não só dos mais experientes, mas também daqueles mais humildes, que veem seus trocados revertidos em impostos indo pelo ralo, com uma quantidade de diárias pagas a essa exorbitância de gente, e com combustíveis ao preço que se encontra nos dias de hoje. Alguém sabe quanto custa uma viagem dessas? Sabem não. Mas não duvidem que deve haver alguém de olho.