Blog Dellas
Embalado pelo grande resultado eleitoral obtido no Recife no ano ado, quando se reelegeu com 78% dos votos da capital, o prefeito João Campos, a exemplo do pai, Eduardo Campos, “botou pra moer”, como dizem os socialistas, e assegurou espaço na Prefeitura para todos os partidos que pode atrair em um meio político ávido por oportunidade para trabalhar a eleição de 2026. Os partidos aderiram ao chamado por saber que a governadora Raquel Lyra, decidida a não incluir políticos no seu secretariado, não dava sinais de mudança de postura, apesar de ter muito mais o que negociar.
Mas as coisas começaram a mudar no início deste ano, quando a governadora almoçou em Palácio com o ex-prefeito de Petrolina, Miguel Coelho, do União Brasil, e o convidou para assumir uma secretaria ou um órgão importante do Governo. Miguel não aceitou, pelo que revelou em entrevista depois, mas assegurou que não poderia fechar as portas para ninguém. Ele é candidato ao Senado. Esta semana, depois de muitos burburinhos políticos, o Palácio do Campo das Princesas começou a encaminhar outras decisões como o acordo com o Avante, partido que vai assumir uma secretaria e o comando de Fernando de Noronha, e deixar a base do prefeito.
Também foi confirmada a nomeação do deputado estadual Kaio Maniçoba, do PP, para secretário de Turismo, abrindo espaço na Alepe para a suplente e ex-deputada Roberta Arraes. Da mesma forma, Miguel Duque, filho do deputado estadual Luciano Duque, vai assumir a presidência do IPA. Miguel disputou a eleição de prefeito de Serra Talhada mas não conseguiu se eleger. Com a conquista do Avante, e a nomeação de Miguel Duque, a governadora fecha o cerco em Serra Talhada aliando-se aos três grupos políticos municipais. O mesmo vai ocorrer em Araripina onde ela tem a deputada Socorro Pimentel (União Brasil) como líder do seu Governo e o apoio do ex-prefeito Raimundo Pimentel e agora se compôs com o outro lado da moeda que é Roberta Arraes apoiada pelo prefeito Evilásio Mateus(PDT).
Na área política, o entorno da governadora festejou a formação de uma Federação entre o PP e o União Brasil que pode permitir a reaproximação concreta do Palácio com a família Coelho, de Petrolina. Como partidos federados são obrigados a caminhar politicamente juntos por quatro anos, e as duas legendas vão disputar unidas a eleição de 2026. A Federação está encaminhada, só faltando ajustes com o União Brasil, mas deve ser lançada na próxima semana. Como em Pernambuco o comando é do PP, que já é da base de Raquel, o União Brasil deve ficar no mesmo barco dos progressistas.