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A governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB), tem enfrentado um cenário político de distanciamentos internos e movimentos em busca de alianças que garantam sua força para a disputa pela reeleição em 2026. Segundo a cientista política Fernanda Negromonte, os desentendimentos entre a governadora e o PSDB têm se intensificado, colocando em pauta a possibilidade de Raquel mudar de partido em um momento decisivo de sua gestão.
Nos bastidores, propostas de alianças vindas de outros grupos políticos têm se tornado mais evidentes. André de Paula (PSD), por exemplo, afirmou publicamente que seria “um sonho” ter Raquel Lyra em seu partido. Já o ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), destacou há alguns meses que a governadora tem uma postura de “base aliada” ao governo Lula, devido à sua relação cooperativa com o presidente e os ministérios.
Raquel Lyra sabe que, para consolidar sua candidatura à reeleição, precisará de alianças importantes. Porém, sua saída do PSDB sem garantir uma base sólida pode ser arriscada, especialmente em um cenário em que o PT de Pernambuco busca maior protagonismo. O deputado estadual Doriel Barros já indicou abertura para diálogo com a governadora, mostrando que há espaço para uma possível composição.
Negromonte observa que: “Raquel entende que precisa de grandes alianças para a disputa de sua reeleição e sair do PSDB antes mesmo de firmar laços com uma base forte pode ser um tiro no pé para sua campanha”.
Essa movimentação ocorre após o PT ter perdido a oportunidade de compor a chapa majoritária do PSB para a Prefeitura do Recife. O partido, agora, busca fortalecer sua influência estadual, deixando em aberto a possibilidade de alinhamento com Raquel Lyra.
Enquanto Raquel organiza sua estratégia, o prefeito do Recife, João Campos (PSB), segue consolidando seu espaço político. João tem atraído aliados, convocado políticos para cargos de gestão e garantido o apoio de antigos opositores. Essa movimentação tem fortalecido o PSB, deixando clara a construção de um palanque robusto para 2026.
Nesse contexto, Raquel precisará tomar uma decisão estratégica em breve, escolhendo um partido que facilite o diálogo e permita que ela atraia os grupos políticos que o PSB não conseguir alinhar.
Mesmo estando no radar do ministro Rui Costa, Raquel pode enfrentar outro desafio na reeleição. Em uma entrevista recente, o senador Humberto Costa (PT), foi perguntado sobre um possível palanque duplo nas eleições de 2026, com João e Raquel lutando pelo apoio do presidente Lula, o senador declarou que “até então, quem tem se declarado a favor [de Lula] é o prefeito João Campos”.
“O tempo até 2026 tem se estreitado e não se pode fazer uma avaliação dos próximos os da governadora sem pensar nos os de seu principal opositor, João Campos, que, com uma grande manobra política, tem conseguido deixar seus aliados todos embaixo de suas asas, seja licenciado políticos para ocupar cargos de gestão ou apadrinhando com cargos públicos quem foi derrotado nas urnas”, observou a cientista política
Para a cientista política Fernanda Negromonte, Raquel está em uma encruzilhada política. “Raquel Lyra deverá dar um o largo, em breve, em breve, para também montar o seu palanque. Cabe à governadora escolher o partido com maior facilidade de diálogo para poder juntar-se a quem o PSB de Pernambuco não conseguir se aliar, dobrar a busca por alianças sem comprometer sua identidade política e sua governabilidade”.