Folha de S.Paulo
Um dos poucos grupos que não fecharam acordo com o Ministério da Gestão, os servidores de finanças e controle divulgaram uma carta em que criticam a falta de diálogo com a pasta e na qual afirmam que a proposta do governo desvalorizava a carreira.
Além dos auditores e técnicos federais de finanças e controle, apenas os servidores da Advocacia-Geral da União (AGU) não aceitaram a negociação do ministério.
Na carta divulgada, o Sindicato Nacional dos Auditores e Técnicos Federais de Finanças e Controle manifesta “indignação em razão da falta de diálogo com o Ministério da Gestão”.
Eles argumentam que a Controladoria-Geral da União (CGU) é um dos órgãos do governo responsável por proteger o patrimônio público, além de fiscalizar e avaliar políticas públicas e de programas de governo.
“Essas competências são exercidas por um corpo técnico especializado, composto por auditores e técnicos federais de finanças e controle”, defendem, acrescentando que, para cada real gasto na CGU, R$ 4,79 retornariam aos cofres públicos.
“Os dados mostram que os recursos destinados à CGU não são uma despesa, mas sim um investimento”, escrevem. “Contudo, em razão da crescente disparidade entre as condições de trabalho e de valorização verificada entre a carreira de finanças e controle e outras carreiras de fiscalização do serviço público federal, cerca de 30% dos servidores que ingressaram no último concurso de 2022 já saíram para outros postos na istração pública”.
Eles dizem que, nesse contexto, a proposta do Ministério da Gestão “desvaloriza ainda mais a carreira, ao estabelecer uma tabela remuneratória incompatível com as atividades realizadas na prevenção e combate à corrupção”.
O sindicato diz ainda que até o momento não houve debate real sobre as demandas dos técnicos e auditores federais de finanças e controle, “inclusive daquelas que não possuem impacto financeiro nas contas públicas”.
O Ministério da Gestão diz ter fechado acordo com 98% das carreiras do serviço público federal, “sempre em um processo democrático de construção de acordos na Mesa Nacional de Negociação”. “O reajuste que consta na proposta final para a carreira é de 23% em duas vezes, superando a inflação prevista para o período, fazendo o salário final chegar a cerca de R$ 36 mil”.