Transporte de transformador gigante tem manobras, acordos com governos, meses de estudo e estrutura de 600 toneladas

Transporte do primeiro transformador durante agem pela Paraíba — Foto: Thiago Marques/@dronandojp

G1

Um novo transformador de energia eólica irá ar pela BR-101, a partir da quinta-feira (1º), assim como aconteceu em março deste ano. Como na primeira vez, será necessária uma grande operação logística entre empresas e órgãos públicos para que tudo aconteça com o mínimo possível de transtorno.

Em março, curiosos e moradores transformaram a agem do equipamento de 250 toneladas em uma grande festa, com direito a fantasias, churrasco na beira da pista e muita brincadeira com a situação inusitada.

Toda a operação logística foi planejada pela Movecta, empresa com sede em São Paulo e com terminais marítimo e terrestre no Complexo de Suape, entre os municípios do Cabo de Santo Agostinho e Ipojuca, no Grande Recife.

O transporte ficou sob responsabilidade da companhia pernambucana Saraiva Equipamentos. O engenheiro de operações da empresa, Theo Morais, é o responsável pelo transporte do transformador gigante.

Segundo ele, todo o planejamento começou com cerca de cinco meses de antecedência. Estudos de viabilidade geométrica e estrutural foram realizados para conferir se seria possível ar com o veículo que leva o equipamento por todo o trecho.

O transformador que está sendo carregado tem 250 toneladas, 11,2 metros de comprimento, 4,2 metros de largura e 4,5 metros de altura.

Para transportá-lo são utilizados três caminhões e dois semirreboques, além da base que leva o equipamento. A estrutura completa tem 113,7 metros de comprimento e pesa 600 toneladas.

O estudo de viabilidade geométrica avalia as manobras que serão realizadas durante o percurso, calculando raios de curvatura e ângulos possíveis para que o veículo realize curvas e desvios.

Já o estudo de viabilidade estrutural avalia as vigas e a resistência de pontes e viadutos, para confirmar se todos os trechos são capazes de ar o peso da carga sem colapsar.

Segundo Theo Morais, a partir dos estudos de viabilidade, são planejados reforços em vigas, a retirada temporária de placas de sinalização e o alargamento, com estruturas de madeira, de trechos onde a pista possa ficar estreita, impossibilitando curvas.

“As manobras foram o principal desafio [no primeiro transporte]. O viaduto [em frente ao hospital] Miguel Arraes, em Paulista, foi um ponto de atenção, porque é um retorno basicamente em 180 graus. Lá em Igarassu, a gente precisa tirar defensas e placas de sinalização para conseguir ar com a carreta, e depois colocar de novo”, explicou Theo Morais.

Mesmo o transformador tendo somente 11,2 metros, todo esse desafio é necessário por conta do comprimento de todo o comboio de transporte, que a dos 113 metros.

Segundo Theo Morais, a diferença de tamanho da carga e do transporte acontece por conta na necessidade de distribuição do peso na base.

Na prática, o peso total da carga é dividido em 44 eixos, com oito pneus cada. Há, ainda, dez eixos adicionais dos cavalos mecânicos (tipo de caminhão que fornece força motriz para rebocar a carga), totalizando 54 eixos para distribuir as 600 toneladas.

Dessa forma, o peso é dividido por toda a estrutura, sem sobrecarregar a estrada e viadutos em um único ponto.

Operação logística

Muito antes de ganhar a estrada, a operação para transportar o gerador começa no Porto de Suape, quando a carga chega da China através de navio.

É lá onde fica um dos terminais marítimos da Movecta, responsável pela logística desde o recebimento até o destino, no complexo eólico Serra da Palmeira, na Paraíba.

O diretor da Movecta, Roberto Teller, explicou que a empresa é responsável pela contratação da transportadora e do contato com todas as equipes necessárias, como a Polícia Rodoviária Federal (PRF), secretarias municipais de trânsito das cidades por onde a carga a e a Polícia Militar, que faz a escolta com batedores.