Trotes no verão: SAMU alerta para números de ligações falsas no período das férias

Com a chegada das férias e do verão, muitos aproveitam o período de descanso para se divertir e relaxar. No entanto, uma prática perigosa continua acontecendo: os trotes, especialmente entre crianças e adolescentes. Embora muitos considerem o ato uma simples brincadeira, ele esconde riscos significativos para a sociedade e, principalmente, para quem realmente precisa de ajuda.

O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), que atende Recife e Região Metropolitana, registrou, somente no período das férias de janeiro de 2024, 1.328 ligações falsas entre as 65.666 chamadas totais recebidas, o que representa 2,02% do total.

Apesar de o número parecer pequeno na porcentagem, isso corresponde a uma média de 44 ligações diárias em um único mês, distraindo a equipe de socorristas e comprometendo o atendimento a quem realmente precisa.

De acordo com os dados fornecidos pela Central de Regulação das Urgências (HCC – Embratel/SAMU), o total de trotes registrados no ano de 2024 foi de 14.748 ligações em um total de 742.992 chamadas. Ou seja, 1,98% de todas as ligações recebidas no ano foram trotes.

Gravidade do problema 

Durante as férias de verão, os acidentes se tornam mais frequentes devido ao aumento da prática de atividades recreativas, viagens, e até mesmo pelo consumo de álcool, o que também pode causar maiores riscos de acidentes e emergências.

Uma ligação de falsa ocorrência nesse contexto pode atrasar o atendimento a um acidente de trânsito, uma pessoa com parada cardíaca ou até uma criança em situação de afogamento.

Penalidades  

Além de prejudicar os serviços, a realização de trotes é considerada um crime, e quem for identificado pode ser punido.

De acordo com o artigo 266 do Código Penal Brasileiro (B), quem interromper ou perturbar um serviço de utilidade pública, como o telefone, é crime. A pessoa pode ser condenada a detenção de um a três anos e multa.

O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) classifica o trote como infração gravíssima. Quem comete esse crime deve ser encaminhado para a Vara da Infância e da Juventude para que sejam aplicadas medidas socioeducativas.