Veto a aumento da Compesa em ano eleitoral por Paulo Câmara cria dor de cabeça para Raquel Lyra

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O novo governo do Estado sob Raquel Lyra anda preocupado com a situação de caixa da Compesa. Sem aumento de receitas, no ano ado, por conta da campanha eleitoral, a empresa pode ficar em uma situação apertada para realizar investimentos na oferta de água em Pernambuco. Caso se veja obrigada a arcar com um pedido aumento das contas de água, a gestora inevitavelmente enfrentará desgastes políticos com a população, logo no primeiro ano de gestão.

Nos bastidores, o ex-governador Paulo Câmara é apontado como o responsável pelo ime. O governante teria segurado o aumento para não ajudar a desgastar o candidato do PSB, Danilo Cabral. Só que a procrastinação tem custos adicionais.

“O governo anterior iniciou o processo de reajuste tarifário e depois desistiu. Não fez o dever de casa”, afirma um secretário de Raquel Lyra.

“A Compesa, que já não estava em céu de brigadeiro – teve piora considerável da situação de caixa”, completa.

O pedido de reajuste da Compesa foi oficializado em 29 de junho de 2022, para a Arpe, a agência reguladora dos serviços. Com a tramitação normal, seria aprovado no fim de julho, para vigência 30 dias depois, por volta de agosto ou setembro.

“Tempo eleitoral”, observa o aliado tucano.

Assinado por Flávio Coutinho Cavalcante, então diretor de Desenvolvimento e Sustentabilidade em Exercício, a Compesa pedia que se iniciasse o processo de Reajuste Tarifário, com a finalidade de recompor o valor da tarifa diante das variações monetárias do período compreendido entre julho de 2021 a junho de 2022.

Segundo a Compesa informava na época, considerando a Resolução ARPE nº 192, de 19 de julho de 2021, em seu artigo 1º autoriza a aplicação do índice de reajuste de 11,90% (onze inteiros e noventa centésimos por cento), nas tarifas dos serviços de abastecimento de água e de coleta e tratamento de esgotos sanitários do Estado de Pernambuco prestados pela Compesa, considerando a variação acumulada dos índices componentes da fórmula tarifária no período de 1º de julho de 2020 a 30 de junho de 2021.

De acordo com informações extra-oficiais, o aumento agora pode ser de até 17% nas tarifas, para recomposição.